Ansiedade em mulher mascara sinais de doença cardíaca

Ansiedade em mulheres pode esconder problemas sérios.

Ansiedade tem sido um grande problema nos tempos modernos de hoje principalmente para as mulheres.

Estudos conduzidos por médicos e pesquisadores apontam: mulheres que desenvolvem ansiedade (enquanto distúrbio) possuem probabilidades 75% superiores de apresentar reduzido fornecimento sanguíneo ao tecido cardíaco (isquemia).

ansiedade

De acordo com estudos recentes, mulheres com transtorno de ansiedade podem apresentar menor volume sanguíneo conduzido ao coração enquanto realizam práticas físicas – e pesquisadores sugerem que, por vezes, médicos podem negligenciar sinais de doença cardíaca.

Em mulheres que nunca tinham sido diagnosticados com doença cardíaca, pesquisadores constataram que aquelas com ansiedade eram 75% mais propensas a ter fluxo sanguíneo cardíaco reduzido, em comparação às que não possuíam essa condição.

A autora do estudo, Kim Lavoie, diz que os resultados podem indicar que os sintomas de ansiedade, tais como desconforto torácico ou palpitações – que podem se sobrepõem aos da doença cardíaca – podem interferir no diagnóstico da mesma, determinando incorreções em tratamentos prescritos.

“Se você é uma mulher e aponta estar cansada, com falta de ar e realmente ansiosa, e não apresenta doença cardíaca preexistente, é possível que os médicos estejam confundindo os dois problemas”, disse Lavoie, professora de psicologia na Universidade de Quebec, em Montreal, e diretora do Chronic Disease Research Division (Divisão de Pesquisa de Doenças Crônicas) no hospital canadense Hopital du Sacré-Coeur .

“Os médicos podem ser mais inclinados a atribuir esses sintomas a ansiedade do que a doenças cardíacas”, acrescentou. “Em outras palavras, pode ocorrer um diagnóstico tendencioso.”

O estudo foi publicado no periódio Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes.

No estudo, os pesquisadores disseram que os transtornos de ansiedade parecem ser mais frequentes em mulheres do que em homens, havendo uma associação entre esses distúrbios e desempenho cardíaco insatisfatório.

Apesar de fundamentadas em estatísticas e dados coletados nos EUA, as pesquisas apresentam informações preocupantes, uma vez que doenças cardíacas constituem a causa principal de óbitos entre as mulheres (mais precisamente, 25% dos falecimentos relatados entre indivíduos do gênero indicado, são ocasionados por problemas cardíacos), de acordo com o U.S. Centers for Disease Control and Prevention (instituição americana para controle e prevenção de doenças).

As mulheres podem apresentar sintomas distintos, em relação aos homens, durante um ataque cardíaco. Por exemplo, elas são mais propensas a serem acometidas por dores peitorais agudas ou queimação e, mais frequentemente, sofrem de dores no pescoço, mandíbula, garganta, abdômen ou nas costas.

Quando um transtorno de ansiedade ou humor é adicionado ao quadro de sintomas, o estado de saúde verdadeiro de uma mulher pode ser mal interpretado, levando a incorreções clínicas e terapêuticas.

Para a realização do estudo, analisaram-se mais de 2.300 pacientes, incluindo 760 mulheres, que foram submetidas a um teste ergométrico e a uma entrevista psiquiátrica.

O teste mencionado foi realizado para identificação de taxas reduzidas de fluxo sanguíneo (clinicamente caracterizada por isquemia, que resulta em insuficiente oxigenação cardíaca), e de relações existentes entre gênero e transtornos de humor/ansiedade nesta condição (basicamente, avaliaram a incidência de doenças cardíacas em homens e mulheres, relacionando-as aos distúrbios comportamentais citados).

Lavoie e sua equipe descobriram que mulheres com ansiedade eram muito mais propensas a desenvolver isquemia, em comparação àquelas não acometidas pelo transtorno (associação evidente e preocupante). Eles não verificaram semelhante correlação em homens.

Karla Kurrelmeyer, cardiologista do Houston Methodist DeBakey Heart and Vascular Center, em Texas, disse que os médicos vêm trabalhando há anos para decifrar a relação entre ansiedade e doenças cardíacas: “percebemos que há uma conexão entre transtornos de natureza comportamental e alterações no funcionamento do sistema nervoso.”

Kurrelmeyer concordou com Lavoie que mulheres que demonstraram, em concomitância, ansiedade (enquanto transtorno psiquiátrico) e redução no fluxo sanguíneo, podem ter apresentado, em algum momento, doença cardíaca não diagnosticada ou imprecisamente apontada.

“Mulheres com ansiedade devem ser tratadas com seriedade pois, frequentemente, apresentam isquemia… Observa-se que a realização de testes de diagnóstico é necessária para garantir que os sintomas desenvolvem-se em função da ansiedade, em vez de doença arterial coronariana (enfermidade responsável por reduzir o fornecimento sanguíneo ao músculo cardíaco, condição potencialmente danosa, cujos riscos agravam-se após a menopausa, sendo determinante de infarto do miocárdio).”, disse Kurrelmeyer, que não estava envolvida na nova pesquisa.

Lavoie disse que mulheres ansiosas ou depressivas podem solicitar exames para verificar a saúde do coração.

“Especialistas precisam reconhecer que a ansiedade se manifesta com sintomas equivalentes aos de doenças cardíacas, podendo ocultá-las caso testes objetivos não sejam conduzidos”, disse ela.

Fonte – Tradução e Adaptação por – Guilherme C. Pedronero

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